quarta-feira, 21 de novembro de 2012
Aman-Jean
Com
o passar do tempo, mais precisamente na virada da década seguinte em meados de
1880, sofri grandiosa e, principalmente, valiosa influência de certos
impressionistas, como Monet e Renoir. Sendo assim, meus traços adquiriram formas
mais simples e esfumaçadas, os personagens aos quais eu me retratava começaram
a aparecer quase sempre flagrados em sua espontaneidade ou intimidade,
revelando o retrato imediato da realidade da qual eu me deparava. Efetivamente,
os fundos são preenchidos, como se estivessem completamente pintados, e a
presença das cores preto e cinza torna-se cada vez mais comum. É possível
identificar tais características em diversas obras de minha autoria, como no retrato
de Aman-Jean (1882-
1883), onde o fundo encontra-se tomado por uma granulação, que está plenamente
de acordo com o preto mais sólido do casaco e do cabelo. Digamos que seria
então como uma conexão entre Rembrandt – com seus focos luminosos envoltos por
sombras – e a ciência moderna, que trás a luz como o intuito de dividir as sombras
das obras. Daqui para frente, meus contornos se dissolvem, e as figuras tomam
forma de algo parecido com vultos; é como se eu estivesse fazendo do desenho
uma xilogravura.
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